Como já disse anteriormente, a grande obra que nunca acaba está na porta lá de casa. Até então, estávamos tendo uma relação de respeito: ela deixava minha casa imunda, me acordava bem cedinho aos sábados, domingos e feriados, impedia que eu tirasse o carro da garagem, mas eu deixava pra lá, afinal é algo para o bem de todos (ainda não sei bem o que é, mas tudo bem).
Quando ouvi, ainda meio grogue, um trator fazendo um barulho esporrento ensurdecedor quase dentro de casa, pensei que estava super-atrasada para o trabalho. Até que escutei um berro "vou chamar a polícia!!!". Caiu a ficha. Quando olhei no relógio, não acreditei! 00:55! Isso mesmo, C I N C O P R A U M A da madruga. Olhei pela janela e todos os apartamentos dos prédios vizinhos estavam acesos. Todos acordados, olhando praquilo ali na rua, àquela hora, inacreditavelmente.
Já bem alerta e puta da vida, resolvi, eu mesma, fazer o que o vizinho havia berrado. Liguei pra polícia.
- É que tem um trator na porta aqui de casa, trabalhano a essa hora da madrugada.
- É obra da prefeitura?
- Sim, é obra do conduto.
- A senhora (eu, no caso) tem que ver se não é obra de emergência (sair de camisola, uma hora da manhã, pra bater um papo com a peãozada), porque se for de emergência, tem que ser feita agora mesmo.
- Não pode ser obra de emergência porque é a obra do conduto, que tá há um mês aqui na porta de casa.
- Bla bla bla whiscas sachet.
Não adiantava argumentar. Marido (que tinha que acordar bem cedinho pra pegar o primeiro vôo pro Rio) foi lá fora bater o tal papo com a peãozada.
- Não é hora de fazer barulho, caléga.
- A DMAE mandou fazer agora.
- O que vocês estão cavando aí???
- A DMAE mandou fazer agora.
- É obra de emergência?
- A DMAE mandou fazer agora.
Enfim, dali a cinco minutos, depois de cavucar alguma coisa inútil no meio da rua, a peãozada foi embora. Fiquei imaginando o que eles fizeram de tão emergência numa obra daquelas, alguma coisa muito importante e que tinha que ser feita de 0h55 a 1h20. Acho que era mesmo só pra acordar a vizinhança. Só pode!
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